"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena"





Fernando Pessoa

quarta-feira, 14 de março de 2012

Lutar e morrer com dignidade.

Depois de ter visto a entrevista que fala sobre os cuidados paliativos não podia ficar indiferente, confesso que umas lágrimas correram no meu rosto ao ver o desespero daquelas famílias e daqueles profissioais que querem ajudar e não podem fazer mais nada do que já fazem para isso.
A todas aquelas pessoas que abandonam os doentes, tenho uma mensagem: um dia vão ficar velhinhos e como tal todas as necessidades básicas que fazem agora sem problemas vão precisar de cuidados, cuidados esses que vão precisar de alguém para fazê-los, e se for o caso de doenças hereditárias ainda correm o risco de ter a mesma doença pela qual abandonaram um doente, geralmente um familiar. Eu sei que não é fácil ter alguém assim tão dependente de nós, na nossa casa a "consumir" os poucos pedaços de tempo para a família, mas não abandonem, um dia poderão ser vocês.
Uma realidade que se fala pouco e temos os olhos pouco abertos, o abandono de idosos e de doentes em Portugal tem números recorde, vamos começar a alertar-nos deste facto porque nós para lá caminhamos e de certeza que não queremos morrer sozinhos.
Para quem nao sabe do que estou a falar, uma pequena noção de cuidados paliativos: .
A «medicina paliativa», ou «cuidados paliativos», é a forma civilizada de entender e atender aos doentes terminais, oposta principalmente aos dois conceitos extremos aludidos: obstinação terapêutica e eutanásia. Esta é uma nova especialidade de cuidados médicos ao doente terminal, que contempla o problema da morte do homem numa perspectiva profundamente humana, reconhecendo a dignidade da pessoa no âmbito do grave sofrimento físico e psíquico que o fim da existência humana muitas vezes comporta. Nas Unidades de Cuidados Paliativos, que são áreas assistenciais, existentes física e funcionalmente nos hospitais, proporciona-se uma atenção integral ao doente terminal. Uma equipa de profissionais assiste estes doentes na fase final da sua enfermidade, com o único objectivo de melhorar a qualidade da sua vida neste transe definitivo, atendendo às necessidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais do paciente e da sua família. Basicamente ajudam as pessoas em fase terminal a morrer com dignidade.