Era bom.

Quando eu penso que os desafios já acabaram é quando mais rapidamente me engano. Os desafios nunca param, se parassem era sinal que as coisas já tinha sido concretizadas e já éramos os vencedores da medalha de ouro. Ainda me falta um longo caminho, e para me certificar disso os desafios continuam presentes. E depois de conseguir o apartamento/quarto vem a praxe, após a praxe vem as aulas e os exames, sem contar com os colegas manhosos que toda a gente apanha ao longo da vida, depois vem a maneira de pagar todos os meses as contas certinhas com as propinas altíssimas que me esperam. Mas isso não é tudo, porque mesmo assim seria demasiado fácil. O pior vai ser aguentar tudo isto sozinha. Neste momento gostava de ter um lápis que traçasse o destino de forma completamente em linha sem os porquês e os desafios que qualquer conquista tem, completamente livre de problemas.. Completamente livre.

Medos, receios, angústias.

Acho que nunca me senti tão ansiosa por nada, acho que nunca senti tanto medo como sinto agora por alguma coisa... Sim, tenho medo, medo da negação. Medo de ter lutado tanto para me darem com a porta na cara, medo das probabilidades de entrada. Medo de ficar demasiado longe ou demasiado perto. Medo de não entrar. Medo de enfrentar as filas do NÃO e do TENTE DE NOVO. Medo de mais obstáculos. Sei que isto é apenas um batalha e que isso não significa GANHAR ou PERDER a guerra, porque enquanto estiver viva posso ir tentando até conseguir, o problema é o TEMPO, a fila do DESEMPREGO e idade que não congela. Mas essencialmente o meu maior medo é ser OBRIGADA a desistir dos meus sonhos.
Uma coisa é certa, não sou mulher de desistir sem dar uma boa LUTA antes.