"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena"





Fernando Pessoa

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Dose dupla.

Somos uma espécie de bárbaros. Sim, bárbaros. Pára lá de fazer essa cara estúpida ao olhar para a minha afirmação, é a verdade! Somos hipócritas, insensíveis e de memória curta. 
"Olha, estouro-te a pipoca, olha agora... generalizações?" 
Sim, generalizações, porque no fundo, acabamos todos por ser um bocado assim! 
"olha, tá parva!" 
Vivemos num mundo de contrastes e alguém quer saber? "Ah partilhem a foto deste inocente que o facebook dá 0,2 cêntimos por cada partilha" Sério??? Sério mesmo?? O teu like vai mudar o mundo, ahahah. 
Agora fora de brincadeiras, vivemos mesmo num mundo de contrastes, se por um lado há quem lute pela sua sobrevivência como quem combate uma guerra com a cidade todas manhãs para chegar ao emprego, tem um dia de cão e é mal pago, por outro lado há quem tenha o emprego que quer, é bem pago, e trabalha as horinhas da lei ou menos, essa espécie é mais rara, em Portugal chamam-se: filhos da cunha. 
Mas isso não é o mais grave, como um professor meu diz, a senhora Cunha garante entrada no emprego, mas não garante que lá fique por muito tempo porque no mundo actual ou és bom no que fazes, ou a fila anda. Ainda assim, quem as tem, é geralmente mais bem sucedido... 
Há outros contrastes que me preocupam mais, como a fome, porque a fome mata. 

"Porra que novidade Kelly, a fome mata, uau!"

Não é novidade? Para muitas pessoas parece ser... para os nossos governantes por exemplo. É bonito falar da fome em África e fica bem, mas as pessoas esquecem-se que no seu país, em pleno Portugal, essa nuvem está perto de se tornar realidade! Enquanto os nossos governantes andam a gastar e a comer do bom e do melhor, com as reformas de 10 mil euros por mês que dizem não lhes chegar, o ordenado mínimo em Portugal vai nos 485 euros e o desemprego aumenta! Que são 485 euros para uma família? 
Nada. Saúde. Educação. Refeição. Higiene. Propinas. Iva. Taxas. 
Vá, deixem o Sócrates ser o próximo Presidente da República e deixem o Crato continuar a usar o assunto praxe para camuflar o problema das propinas, já agora não se revoltem (nos revoltemos, tbm faço parte da sociedade) e deixem o Coelho encher os bolsos e deixar as nossas famílias na miséria, porque no dia em que a fome for uma realidade geral em Portugal vamos continuar com a hipocrisia de falar nos problemas dos povos dos países subdesenvolvidos e entenda-se: Acho bem que também se ajudem esses povos, mas não vamos ignorar o problema que está mesmo à frente dos nossos olhos, com as NOSSAS crianças, os NOSSOS idosos, os NOSSOS estudantes, os NOSSOS familiares. 

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