"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena"





Fernando Pessoa

sábado, 22 de março de 2014

Eles.

Estranhos. Desconhecidos.
Afogado de Whisky, estava ele no balcão daquele bar, quase vazio por sinal, a afogar as mágoas. Andava desacreditado que a vida lhe traria alguma sorte, achava-se mais um pobre coitado a quem o destino não dava descanso. Até que ela entrou. Os olhos dele não saiam dela, o que o incomodava profundamente, não queria dar a ideia de pervertido. Ela era linda, mas não era isso que o fazia olhar para ela, era aquela auréola positiva que pairava no ar, como se o sorriso dela iluminasse o bar por completo. Ela sentou-se perto dele, pediu uma vodka com sumo de limão, sorriu na direcção dele, os olhares cruzaram-se em sintonia pela primeira vez e sei lá deu-se um clique. 
Ela piscou-lhe o olho, foi em direcção à porta e ele seguiu-a. Noite cerrada, a ausência de luz era nítida no exterior do bar. Ele aproximou-se dela, beijou-a nos lábios, encostou-a à parede, os corpos tornaram-se num só, fluía uma vontade nítida em ambos com a força de um tornado. A vontade deles era ignorar tudo e entregarem-se ao desejo. Desconhecidos. Completos desconhecidos.


Seria amor? Não era. Não podia ser. 
Era mau? Porque seria? Ambos o queriam.

Momentos, pessoas e circunstâncias.

Pode ser o início de uma história de amor, mas também pode ser um dia com um final engraçado. 
A vida é gira. 

K'k

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