"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena"





Fernando Pessoa

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Geek.. nerd.. ?

O mundo habituou-se de tal maneira a "Casas dos segredos" e "Big Brothers", onde reina a falta de bom senso, educação e principalmente de cultura, que quando alguém refere que vê o canal História, está atento aos documentários da BBC/National Geographic, ouve diariamente os telejornais e discute política, parece que as pessoas interpretam como se isso não fosse normal. Não é normal não seguir tendências. Não é normal não querer saber de programas sem fundamento. 
Isso preocupa-me, mostra que a sociedade vai por um caminho cada vez mais medonho e mais sem volta, de tal forma que já me acostumei quando falo de alguma coisa da actualidade e as pessoas me respondem "ah eles são todos iguais, já nem ligo" ou "isso não me interessa para nada". Medonho. É mais interessante falar da vida dos outros e de assuntos que não acrescentam nada do que pensar e usar a cabeça. 
Outra coisa, posso garantir que 99% das vezes que alguém se refere a quem vê series, animes, joga jogos de computador e está atento às últimas novidades da tecnologia como se fossem "nerds e geeks" para quem ouve isso é como se de um elogio se tratasse, acreditem, quem me dera ser nerd, significava que ia acabar patroa e bem na vida, mas para quem o fala é como se tentasse de uma maneira desesperada diminuir a pessoa em questão. "Ah então jogas joguinhos de computador e vês 45 séries? E diminuir isso para teu bem?", só consigo rir, de tal maneira que geralmente sai uma dose de ignorância do que me estar a "chatear". Eu sei que é mais normal ver coisas sem fundamento e perder a vida a folhear as páginas das revistas cor de rosa para tentar de forma desesperada encontrar defeitos na vida dos famosos para puxar conversa, mas isso não significa que todas as pessoas não usem o cérebro de vez em quando e até para jogar é preciso ter noção de técnicas de combate e estratégias de sobrevivência. 
Não que eu tenha nada contra quem vê esse tipo de programas, apenas não venham puxar assunto sobre isso comigo ou não me apontem o dedo de "granda geek, só quer saber de jogos de pc, falar de política, séries e de coisas da II guerra mundial.". 
Para terminar, redes sociais, uso-as para manter contacto com conhecidos, discutir tópicos importantes da faculdade nos grupos criados para esse efeito e me divertir um bocado, desapegar do stress do dia a dia e manter contacto com pessoas de países diferentes, culturas e visões diferentes porque sempre relacionei a vida com uma aprendizagem contínua. Parem de usar as redes para meter conversas com segundas intenções, sério, ou pelo menos deixo já aqui escrito que o parem de fazer comigo. Gosto de conversar com pessoas novas, conhecer novas visões, falar de vários assuntos interessantes e confesso, adoro quando a outra pessoa joga o mesmo jogo que eu ou vê alguma série, sei lá, é um bocado para isso que as redes servem, para desenrolar até as pessoas se conhecerem. 
A cada coro dado há uma mensagem que não tem resposta, dizem os entendidos. 











segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

14 Fevereiro.

Sabes quantas vezes desejei ter um coração de gelo e poder tirá-lo do peito quando já não aguentasse as dores que ele dá? 
O amor é muito bonito até começar a dar trabalho, até as discussões serem mais que constantes e veres que os dois já não caminham ao mesmo passo porque as coisas começam a ser cada vez mais difíceis de ultrapassar. Nessa altura até apetece voltar à vida de solteira, deixar as coisas ir ao fundo do poço e entregar à vida boémia de novo. Mas não consigo.
Por mais que tente, não consigo.
Sabes porquê? Porque no fundo eu sei que só temos que remar mais forte contra a corrente. Porque desistir não está nos planos, mas.. principalmente porque te amo como nunca amei ninguém.  
Se tiver mesmo que te deixar ir, quero ter a certeza que tentamos de tudo antes de ser forçada a te esquecer. 

p.s: És um idiota. 


I only play frost in W.O.W 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Hoje é para ti.

Já não publico aqui há bastante tempo, embora textos escritos e perdidos no meio dos apontamentos da faculdade não faltem. Para hoje tinha decidido com vários dias de antecedência escrever uma mensagem bem positiva, mas como o destino tem as suas partidas talvez isso não seja bem possível, mas vou tentar dar o meu melhor. 

Tu.
Hoje é tudo sobre ti. 
Isto hoje é para ti.
Um obrigada.
Do fundo do meu coração, obrigada. 
365 dias como não houve igual.
Tantas horas de conversas, assuntos sérios e até segredos de Estado.
Tantos sorrisos junto a ti, tantos rolos de filmes e horas de gameplay. Gargalhadas e coisas doces. Sonhos e ambições. 

A lista de Schindler foi o primeiro filme que vimos juntos. Ficaste quase 20 minutos calado. O teu silêncio cortou-me a garganta e só depois percebi que se devia ao respeito que tens, tal como eu, pelo marco que o filme simboliza.

És uma pessoa inteligente e tenho a certeza que vais vingar. 

Lembro-me como se fosse ontem a primeira vez que falamos, nossa como o tempo passa, sempre discreto, mas um verdadeiro diamante por lapidar. A paixão pelo Benfica saltou logo à vista. Papamos uma temporada inteira de Digimon. Patamon?. O teu gosto musical seduziu-me. Tal como o toque da tua guitarra. A paixão com que falavas do teu jogo favorito deu-me sorrisos profundos. "O meu sonho é que um dia fales de mim como falas do WOW". Sussurrei vezes sem conta. Entrei no teu mundo para te fazer a vontade. Hoje jogo tanto como tu. Não tão bem, mas para lá vamos. 

E as nossas birrinhas? Não vamos esquecê-las. Pedir para me acordares de 10 em 10 minutos durante horas. Ficar amuada porque passaste o Tomb Raider Legend em dois dias quando fiquei encalhada num boss. E culpar-te disso. Melgar-te a cabeça para cortares a barba quando no fundo até gostava de a ver. "Mas pica".

Pedir-te mimos no meio das Raids. Ficar chateada quando a Horde me matava e o meu guerreiro não ia recuperar a honra da donzela. As vezes em que a distância ganhou a melhor. E se ganhou.
E as vezes em que brigamos por causa do "manda tu o link" "não, manda tu" "porra, sempre eu"?. Os festivais de Hardstyle que apesar de nunca seres contra, ficavas inseguro? Tu sabes que só tu me preenches


Não foi tudo perfeito, nem tu nem eu somos perfeitos, mas com a nossa imperfeição nos fomos ajustando até ficar algo bastante próximo da perfeição. Os teus vícios e os meus completaram-se de tal maneira que tu passaste a ser um deles. Sem dúvida nenhuma. O meu favorito. Melhor que chocolate. Melhor do que qualquer chocolate. Até mesmo o Kinder Bueno. 


Foste durante todo esse tempo a razão maior do meu sorriso. Agradeço-te por isso. Fizeste-me acreditar de novo. Juntaste as peças de um coração estilhaçado. 

Hoje é tudo sobre ti.

Devia ser sobre nós
Obrigada, Alma Gémea
Do fundo do meu coração, obrigada.


Babu. Mabuh.







segunda-feira, 27 de julho de 2015

Ciclos da vida

Sabem o que acho mais "engraçado" sobre a vida? É que ela sempre arranja uma forma ou uma maneira de chegar onde é suposto, mesmo que ás vezes onde ela nos leve não seja onde nós queríamos chegar, basta um pequeno "empurrão", a chamada "luta" para tudo mudar e sermos para lá encaminhados. 
A minha já deu tantas voltas, autênticos labirintos, muitos becos que eu achava sem saída que acabaram por dar uma volta de 180 graus. 
Isto não é um diário, muito longe disso, para quererem saber da minha vida já tenho pessoas que cheguem no meu circulo fora da internet, longe de mim dar-lhes o prazer de encontrar tudo detalhado numa página pessoal (e mesmo assim já divulgo demais, tal como 99% da população que possui facebook e instagram). 
Ainda assim, faculdade. 
A minha vida académica iniciou à praticamente 8 anos atrás, é, já passou quase uma década e dois cursos superiores. Enfermagem sempre foi um apontar de dedo e uma imposição dos meus pais, porque não havia muita mais escolha a fazer e a média não chegava (felizmente) para medicina. Entrei na esperança de lhe ganhar o gosto, sabem como as chicletes azuis de menta que no inicio são ásperas e depois ficam doces? Isso quase que aconteceu, mas por diversos motivos o sabor doce durou muito pouco tempo. Não é que não tivesse jeito ou que não me safasse naquilo, simplesmente não era o que estava destinada a fazer, não era ali que esperava ficar até à idade da reforma, faltava algo. Terminei para agradar os meus pais, mas não se esforcem por lhes mostrar isso, eles sabem. 
Voltar para o Superior não foi fácil, em nenhuma medida, mudar de cidade, amigos, caras conhecidas e convencer os meus pais (um deles vá) não foi muito fácil. 
Faz 3 anos que me mudei de malas e bagagens para Braga, decidida que iria ser só o primeiro ano e depois me mudava para o Porto ou de volta para Lisboa, mas fui ficando por estar mais perto dos meus pais, dos meus novos amigos e colegas de curso e também porque a Instituição que escolhi se verificou bem melhor do que qualquer outra onde já andei, em todo o aspecto, embora também ache que assim o deve ser, uma vez que se trata de uma Universidade privada. Já sei e imagino o que podem estar a pensar "os alunos da privada compram as notas", "na privada é mais fácil", "blábláblá", não me faz espécie, a quem pensa assim só tenho uma coisa a dizer "informem-se" mas adorava de facto que fosse assim, tinha a vida facilitada, o que não tive, nem tenho. 
Neste momento estou na recta final, parece mesmo que foi ontem que entrei no salão da Faculdade de Ciências Sociais (na altura ainda era, agora a de Filosofia e de CS pertencem a uma só: Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais), falei com duas açorianas e uma madeirense, as únicas a chegar 10 minutos antes da suposta recepção e prontamente descobri que nem estariam no meu curso, mas a amizade ficou ali travada e mais tarde desenvolvida. Naquele dia, 24 de Setembro de 2012, a sala principal da Faculdade de Ciências Sociais estava lotada de caloiros, e eu procurava a franco custo ver alguém que falasse de "CC" (Ciências da Comunicação) para entender quem iriam ser os meus colegas de curso, mas não ouvi nem vi ninguém. No mesmo dia começou a praxe e foi precisamente aí em que conheci a maioria, tudo assustado, sem fazer a mínima ideia ao que ia, todos com as testas pintadas com CC a percorrer a cidade de Braga, enquanto meia dúzia de traçados gritam bem alto "BICHO NÃO OLHA E NÃO RESPIRA", senti-me estúpida, principalmente porque já tinha passado por tudo isso e já tinha estado do lado dos traçados... mas novas Universidades indicam provas antigas ou praxe nova.  A praxe não durou muito tempo, chateei-me depressa, pelos motivos que quem lá estava sabe.
As amizades que levo desta jornada e o conhecimento que adquiri valeram a pena todo o esforço que ficou para trás, a quem tenho muito que agradecer aos meus pais, amigos e Babu que sempre me aturaram, em todas as horas, até naquelas em que a vontade deles seria de não dizerem mais nada.
Avizinham-se prazos de entrega, e já sinto o tremor na barriguinha de começar tudo de novo, principalmente a parte de Universidade nova, ambiente novo! Mas primeiro que venham a nota de estágio e os resultados das inscrições ao Mestrado e Pós. Já faltou mais. 
CC um dia, CC até morrer!!





quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

It's been a while..

Já à algum tempo que não escrevo aqui, confesso, sinto uma certa saudade de quando o fazia com mais regularidade, mas ultimamente o tempo não tem sido muito. Entrámos em 2015 há precisamente 28 dias (parece que foi ontem e já passou quase um mês), as promessas de ano Novo até agora tem sido cumpridas, algumas com mais reticências que outras, claro.. 
O semestre está quase a terminar, faltam apenas algumas exames e trabalhos, está quase a começar o último (espero) semestre na faculdade, mas não sei se isso me aflige ou acalma, estou naquela fase que não sei no que isto vai dar daqui para a frente...veremos. 
Há dois anos atrás, estava feliz, apaixonada, a ficar completamente vidrada em alguém.. No ano passado por esta altura estava destroçada.. finais acontecem. Costuma-se dizer que todos os inícios tem um fim e todos os finais tiveram o seu início e não podemos julgar um pelo outro. O final não pode matar o início e o início não pode iludir o final, se é que me faço entender. A mágoa foi embora, ficaram as lembranças, as memórias e os pensamentos alegres e que bom que é sentir isso assim! Hoje sinto-me feliz, cada vez mais entrelaçada, sinto que estou no caminho certo e espero de facto estar. Vá, mais uns metros e estamos no final da partida e no inicio de uma nova corrida :) 














A tua pancada é muito parecida com a minha. Babu. :3

sábado, 6 de dezembro de 2014

No meio das entrelinhas.

Definir-me é limitar-me, ou pelo menos é o que a palavra indica, ainda assim.. o maior desafio é definir-me.. considero-me uma pessoa complexa (como tantas outras), mas vou deixar a linha correr e ver no que dá.
Quem sou eu? O meu nome já todos o sabem, pelo menos o primeiro e o do meio.. sou Alemã, original da mítica cidade de Munique, mas a cidade onde mora o meu coração é Colónia. Cidades de rivalidade e beleza bem assente. Uma contradição por si só. Atravessei nos caminhos de Portugal à precisamente 10 anos, num dia solarento de Outubro de forma definitiva, já cá tinha estado. País pequeno à beira mar plantado que tem muito mais a mostrar do que lá fora se imagina, apaixonei-me aqui, fiz amigos incríveis, apanhei das melhores ondas, ri, chorei, saltei, nos melhores anos da minha vida. Fiz escolhas erradas, já me magoaram e acabei magoando também, mas também já tomei as decisões certas. O meu avô deixou-me um mandamento que planeio usá-lo sempre e para sempre: "Não desistir de nada até que deixe de ser possível.", não é cliché, até podia ser, mas não é. Tirei enfermagem, no entanto as coisas apesar da motivação não estavam muito bem encaminhadas e antes que ficasse presa num emprego que não gosto, voltei a estudar. Pode dar errado? Pode, mas "não desistir até deixar de ser possível", vale uma chance né?.

Sou uma pessoa de 8 ou 80.. ou amo, ou odeio.. meio termo cansa, nunca gostei de fingir que algo me agrada quando não é verdade, não passo fretes, aguento o que tenho que aguentar, mas não vou fingir que gosto de alguém só porque sim. Pancadinhas nas costas e facas afiadas nunca fizeram muito o meu estilo, se determinada pessoa me irrita eu não vou fingir que gosto, não funciona assim comigo. 
Futebol. Para alguns é um desporto, para outros um fanatismo, para mim se lhe associar-mos o SLB é uma paixão (com um pouco de fanatismo sim, mas sem exagerar, cegueira não faz bem parte do reportório), quem me conhece sabe o quanto sou intensa nesse tópico, faz parte do meu ser. Há coisas que não se substituem, como as idas ao estádio, as amizades que se fazem no estádio, até mesmo os dissabores que já se passaram, tudo faz parte, tudo isto é futebol. 
Livros. Aglomerados de folhas com letras grandes, pequenas, adormentadas ou simples, grandes títulos e grandes descrições ou apenas fotos que valem mais que mil palavras. Para algumas pessoas são bons para decorar e ganhar pó, para mim são bons para gastar uma tarde em que me quero refugiar do mundo, ou num dia em que preciso de inspiração. Sempre respeitei os livros, doutores de conhecimentos sem fim, medicinais em certo ponto, fazem-nos sonhar e aprender de uma forma que mais nada no mundo consegue. Na minha casa, qualquer canto é espaço para um livro e são dos temas mais variados possíveis, desde os de medicina até aos de aventuras e romances, passando pelos de culinária. Livros. Aglomerados de saber.. Medicina para os sentimentos.
Séries, fotos e filmes. A maioria é baseada em livros, logo é como se dessem uma cara ao que leio, livros em movimento! Cinema é uma grande paixão, tal como o fotojornalismo e as fotos antigas, é uma maneira avançada de contas histórias, é dar movimento ao papel, à ideia, ao criativo! Fotografia é uma paixão seja de que lado for da objectiva, gosto de ambos os lados.  
Tatuagens, piercings. "A sociedade nananana", Quero lá saber, eu cumpro 99% das regras a que a sociedade obriga, essa acho uma estupidez cumprir. Faço, tenho, cultivo porque gosto e porque quero, isso não faz de mim menos humana, menos pessoa ou menos capaz de desempenhar seja lá que função for. Preconceito é estupidez. Adoro body arte, blame me for that :) tenho 3 tatuagens e 12 piercings. Fazem parte da minha história.
Maquilhagem, roupa. Sou mulher, o que por si só já cultiva (na maior parte das vezes) um sentido apurado neste tipo de coisas, mas para além disso, sempre gostei de me cuidar, de me vestir e de me maquilhar para sair. Não é por me mostrar mais, mas sim porque é como me sinto bem. As mulheres da minha família são praticamente todas assim ahahah vai ver e é genético :p 
Cozinhar. Por acaso desde que moro sozinha e se tornou parte do meu dia a dia que cada vez gosto mais de passar tempo entre panelas e tachos xD
Natação. Na secundária fazia competição e em Cascais tem uma piscina onde passava a vida, tudo era razão para nadar um bocado, alivia o corpo e a mente. 

Música. Hardcore. Hardstyle. Rock. tem um cantinho reservado na minha vida, cada música transmite um estado de espírito diferente e serve para um problema ou inspiração diferente. Estudo com música, danço (óbvio ahah), vibro, penso, leio, reflicto, musica é um bem necessário. Nunca saio de casa sem três coisas: telemóvel, chaves e..iPod.. porque a música é parte do meu dia-a-dia. Os festivais são as melhores coisinhas desta vida, das melhores mesmo, só vivendo é que se vê, incrível a quantidade de pessoas e culturas diferentes que se vê e conhece num só dia. 

Basicamente é isto, tenho muitas paixões que não falei aqui, porque se for escrever tudo perde a novidade né? E há coisas que uma pessoa só conhece quando conhece as reacções da pessoa. Não sou melhor que ninguém, pelo menos não me considero superior em nada, embora haja mentes vazias em que claramente essa perspectiva se sobressaí, mas isso é uma característica humana, todos pensamos assim, para bem ou para o mal. Tenho os meus traços de personalidade, alguns dos quais juro que desejava não ter, como ser boazinha demais em muitas situações e as pessoas se aproveitarem disso.. ou tentar sempre ser o mais simpática possível e depois as pessoas terem a ideia que podem fazer comigo o que querem, e nessa altura tenho que ser azeda para mostrar que não é bem assim. Sou como sou, tenho os meus traços, a minha maneira de ser e de agir. Os anos passam, alguns mudam, outros ficam, mas continuo eu. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Apenas um desabafo.

Os últimos dias não têm sido fáceis, parece que há sempre algo à espreita pronto para me deitar abaixo. Muitas vezes transpareço a imagem de mulher de armas, mas nem sempre é assim, por vezes sou apenas uma menina que sofre e chora amarrada à almofada como tantas outras. 
Contei a duas pessoas o que se passou comigo, qual a tal razão que tanto me tem deixado assim. Levei com julgamentos da parte de ambas, como se eu fosse ingénua e completamente tonta para cair nesse erro novamente. Não concordo. Não concordo de todo. Fico a pensar se realmente entenderam a essência do "problema" que me deixou assim, ou se realmente a sociedade anda a retratar os que sofrem de "ah, já sabias que ia ser assim, ingénua", "devias criar mais defesas" (mais defesas? eu? mais defesas? daqui a nada fico em aço.). 
Há uns tempos atrás o meu pai foi burlado pelo sistema de um banco (não vou referir qual) que teve uma fuga de informações e alguém se aproveitou dessa mesma situação. O meu pai é das pessoas mais inteligentes que eu conheço, homem dos 7 ofícios, culto, desconfiado e pensa muitas vezes antes de fazer qualquer tipo de negócio, ou seja é extremamente terra a terra. Quando se verificou que realmente tinha sido vítima de burla, vi realmente a mesma reacção por parte de amigos dele e familiares.. como se ele tivesse "caído" por querer, ou seja, a vítima é "burra" e quem fez o crime era "inteligente" que trolou o "coitadinho" e ainda levou algum dinheiro. Pergunto-me, que caminho é este para onde vamos? Percebam a essência do problema antes do julgamento, não fica bem, não é bom de ouvir e alguém está a sofrer.